Pedro Passos Coelho vinha livrar-nos do socialismo não era? Ora, quem leu as 129 páginas do programa de governo é capaz de ficar confuso, já que nem a retórica do socialismo democrática é abandonada, quanto mais o socialismo democrático em si.
As privatizações, que se esperava serem o símbolo primordial da rejeição do socialismo por parte deste governo são, como o Aníbal bem repara, só para inglês ver. Em primeiro lugar as empresas a serem privatizadas vão continuar a ser monopólios ou quasi-monopólios, ou seja, apesar de passarem a ser nominalmente privadas, o esquema de privilégio e os entraves à concorrência vão continuar. Além de que, sendo sustentadas por impostos, as empresas públicas são propriedade dos contribuintes e, a bem da justiça, o dinheiro obtido da venda deveria ser devolvido aos contribuintes.
Agora, para nos livrar ainda com mais força do socialismo, PPC prepara-se para retirar metade do subsídio de férias a todos os portugueses que ganhem mais do que o salário mínimo. É o liberalismo democrático, estúpido!
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