Na Grécia, o Verão já começou.
Os gregos andam de novo à batatada com a polícia. Os confrontos têm-se intensificado nos últimos tempos. Esta gente anda muito confusa.
Por um lado, queixam-se da perca de soberania do país face à UE e ao FMI, dos impostos em alta, de terem que pagar pela dívida do Estado ao estrangeiro e à banca, dos planos de salvamento à banca, da inflação e da polícia proteger os políticos.
Por outro lado, não querem privatizações, querem subsídios e serviços públicos (muitos, bons e baratos), têm medo pelas suas contas-poupanças, querem que os países do norte da Europa e o BCE continuem a comprar a sua dívida estatal, querem que o Estado continue a gastar mais do que arrecada de impostos, e gostam que haja políticos e polícias para fazer funcionar o sistema como até agora (nomeadamente, cobrando imposto).
No fundo, uma birra de adolescentes. Não gostam dos pais, mas querem comer à sua mesa. Não percebem que só há dois caminhos daqui para a frente, liberdade ou subjugação. Se querem liberdade, têm que querer privatizações, mercado livre, uma moeda forte que não se desvaloriza para comprar dívida pública, impostos baixos e um orçamento do Estado equilibrado por intermédio de cortes drásticos na despesa. Se querem mama, têm que se conformar com a ideia de serem um bairro social da UE e do FMI, e de obedecer às suas ordens (e logo, às ordens dos grandes países financiadores destes organismos), pois são eles que têm dinheiro para distribuir, e vão impôr as suas condições primeiro.
Mas de qualquer modo, cumprimentos calorosos aos gregos! Um povo que gosta de lançar pedras à polícia não pode ser mau de todo.
PS: Um pouco de acção.
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